segunda-feira, 23 de julho de 2012

As Amélias da minha vida ...

Quem segue o blog, certamente reparou que ambas as autoras tem assuntos fetiches ,  seguimos um script muito pessoal. Os meus são obviamente as minhas paixões : História, Cinema, fotografia e os gatos, fica a promessa de uns post sobre eles.
Na elaboração deste blog, optei por assinar com o meu alter- ego - Amélia Butler. Qual a sua origem?
Uma das meninas dos meus olhos, Amélia. Baptizada assim devido a minha grande admiração pela nossa derradeira rainha, D. Amélia de Orleans e Bragança.
As restantes "amélias" remontam a minha infância, no caso de Amélia Rey Colaço e Amélia Earthart já na juventude.

O que atrai na figura da nossa rainha, é o drama que viveu praticamente toda a sua vida desde muito pequena com o exílio dos pais, a mudança para um país onde foi rainha, sofrendo as dores não somente de um novo exílio, mas  a continua perda dos seus entes queridos.
A única filha nascida prematura, a perda do príncipe herdeiro, Luís Filipe, seu marido, o Rei D. Carlos, e anos mais tarde o seu segundo filho, D. Manuel. Todos eles de forma súbita e imprevisível .
Deixamos o drama e concentremos no legado de D. Amélia e D.Carlos; fundaram a Assistência Nacional dos Tuberculosos, os dispensários ( em Lisboa , Porto ...); ambos dedicavam-se às artes, especialmente pintura, e assim a Rainha angariava fundos para as suas causas...
Eram presença habitual nos lactarios. Seguiu-se o Instituto de Socorros a Naúfragos, o Instituto de assistência ao Ultramar, um Instituto semelhante ao Pasteur, nos sanatórios, criados para consultas e medicamentos gratuitos, aos necessitados,  um pouco por todo o país...
 Amélia Rey Colaço, ficara sempre associada à Televisão, na velhinha série « Gente Fina é Outra Coisa »,  matriarca de uma família vivendo das aparências e do nome que um dia teve.
A própria, grande defensora do Teatro como arte maior, e pela sua grande intelectualidade, sentia- se magoada com a nova popularidade trazida por uma série que considerava medíocre. No palco, vestiu a pele de grandes personagens, clássicos e obras emblemáticas, ironicamente seria uma simples aparição na televisão, a levar o seu rosto ao grande público.

Lembra-me a infância, as saídas com os meus pais e a minha avó e os serões passados a ver tv. A vida era simples e só havia um canal. Ainda hoje quando faço "zapping" e me deparo com a série na RTP Memória, a revejo encantada e por momentos sou de novo criança, regressando a esses velhos tempos.
Descobri após as minhas investigações pessoais sobre a nossa Rainha que ambas as Amélias tem algo em comum. Alexandre Rey Colaço, pianista e compositor, professor de D.Manuel II.

Amélia, a Earthart, descobri - a na letra de uma música dos  New Radicals e o desaparecimento de Earhart é um dos muitos mistérios mencionados na canção "Someday We'll Know". A letra diz: "Whatever happened to Amelia Earhart? Who holds the stars up in the sky?"...
O que suscitou o meu interesse, por agora fica somente uma pequena curiosidade,um outro post se debruçará sobre a sua interessante e «avant garde life style».

 
Pioneira na aviação, em terras americanas, autora e defensora dos direitos das mulheres.
Foi a primeira a receber a «The Distinguished Flying Cross», condecoração dada por ter sido a primeira mulher a voar sozinha sobre o oceano Atlântico.  Estabeleceu outros recordes, escreveu livros sobre suas experiências de voo, foi essencial na formação de organizações para mulheres que desejavam pilotar.
Amélia desapareceu no oceano Pacífico, perto da Ilha Howland durante um voo ao redor do globo em 1937. A sua vida, carreira e «life style» ainda hoje fascina  pessoas, inspira música, cinema, e até  teorias da conspiração.

Com todas estas Amélias não será de estranhar que baptize a minha felina mais nova de Amélia ....

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