Um dos mais emblemáticos passeios por Lisboa é do Eléctrico 28. Todos os dias cheios de turistas portugueses ou não, uns por necessidade outros armados em turistas de pé descalço .
Mas o 28 tem um sabor especial para quem é admirador de uma das figuras mais fascinantes igualmente génio literário que o nosso Pessoa é .
Cobre o percurso desde o Cemitério dos Prazeres até ao Martim Moniz. A viagem é fascinante, inclui algumas das mais belas paisagens urbanas - históricas da nossa Lisboa .
A sugestão de hoje é assim uma viagem pelos lugares de Fernando Pessoa a bordo deste "yellow " que mais do que um simples eléctrico é um meio de transporte, é uma forma original de passear por Lisboa .
" e agora aparece o electrico - o de que eu estou a espera -
Antes fosse outro... Ter de subir já !
Ninguém me obriga, mas deixa-lo passar, porque ?
Só deixando passar todos, e a mim mesmo, e a vida ...." Álvaro de Campos, Paragem. Zona
Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que s outra,
Acordar da Rua do Ouro,
Acordar do Rossio, as portas dos cafés,Acordar
E no meio de tudo a gare que nunca dorme,
Como um coração que tem pulsar através da vigília e do sono ..." Álvaro de Campos
No carismático percurso do 28 encontramos no Cemitério dos Prazeres - Jazigo de Família de Pessoa caso alguém esteja interessado em visita-lo fica a informação : Rua 1, nº 4371. Segundo consta terá sido partilhado com sua avó Pessoa. Foi ai sepultado a 2 de Dezembro de 1935.
Um outro génio, Saramago em " O Ano da Morte de Ricardo Reis " faz referencia a tal percurso .
Para os admiradores da amada Ofélia, terão que se deslocar o do Alto São João. Separados na vida e na morte ....
Continuando, mais a frente encontramos na Rua Coelho da Rocha nº16 - Casa Fernando Pessoa. Onde o poeta viveu os últimos 15 anos e, hoje o seu Museu. Encontramos o quarto do poeta, os seus objectos pessoais, exposições e uma biblioteca especializada .
Chegando ao Chiado - Rua Garret, nº120 - encontramos a sua estatúa muito frequentada por todo e qual um que passe, pois todos nós temos uma foto tirada junto dele.
A Brasileira do Chiado, também ela no nº 120 da Rua Garret, ficou famosa por sua clientela . A nata da sociedade intelectual entre os quais obviamente o nosso poeta .
A 5 minutos encontramos a casa onde nasceu o poeta e lá viveu ate aos 5 anos no 4º andar - Largo de São Carlos nº4.
Apesar do nosso "yellow car " terminar no Martim Moniz, o nosso percurso Pessoano, termina no Martinho da Arcada - Praça do Comercio -que assim como a "Brasileira" era frequentada pela nata da intelectualidade.
Espero ter aguçado a curiosidade ... quer pelo Poeta em si, quer pelo próprio percurso alfacinha .....