Kristen Stewart conheceu o mediatismo efervescente na saga «Crepúsculo», e pelo pouco que se conhece do seu génio, é possível que amaldiçoe a hora que aceitou o convite da realizadora Catherine Hardwicke, prometendo-lhe um projecto de baixo orçamento e um personagem desafiante, que ao mesmo tempo, em muito tem em comum com a própria Kris. A actriz reconhecida pela escolha criteriosa dos seus papeis, ainda de tenra idade, tem desde o primeiro dia, noção exacta dos caminhos a seguir na sua arte. Todo o aparato em torno da saga e a inesperada série de filmes com os quais ficaria vinculada, vestindo a pele de Bella, elevava-a a um estatuto desconfortável, ícone de moda. A miúda rapazola, gosta de rock alternativo, encontrando total sintonia com Pattinson, o coo-protagonista em «Crepúsculo», com quem após muita especulação, finalmente assumia uma relação.
Intrigante, após tantos anos nas bocas do mundo devido ao seu papel como Bella, os estilistas e consultores de moda ainda não conseguiram vergar a rebelde Kris. Pelo seu desinteresse por estas questões, muitos profissionais têm-se recusado a trabalhar com ela, alegando mau feitio. A miúda franzina que não dispensa as jeans justas, prossegue num quotidiano mais ou menos normal, conduzindo o seu carro e geralmente apanhada pelo "paparazzis" na bomba de gasolina enquanto abastece. Todos os olhos se viram para o seu estilo informal, que mais não é que um "statement", para assim revelar a essência da verdadeira Kristen Stweart e, para que não a confundam com a personagem da história de encantar com vampiros e lobisomens, criação de Stephanie Meyer.
Tal como eu, Kris, adora t-shirts, se foram customizadas tanto melhor. Não deixa de ser interessante, muitas das bandas que enverga ao peito, foram grandes ainda nem a querida "Bella" estava em vias de projecto, mas a paixão pela música, as suas raízes e a influência nos sons de hoje, levam-na a escutar clássicos intemporais como Clash ou Joy Divison.
Aliás, em plenos 70s, um tipo que nem dinheiro tinha para arranjar os dentes, quanto mais estilizar t-shirts, não deixou de fazer vistão ao, personalizar a sua própria camisola e assim exibi-la pelas ruas de Londres. Desta forma chamaria à atenção de Malcolm McLaren e viria a recrutá-lo a vocalista dos Sex Pistols, John Lydon ou para os fãs Johnny Rotten, cuja t-shirt diria algo ainda hoje polémico, mas para mim uma verdade absoluta «I Hate Pink Floyd».
A comunidade "fashionista", de olho nela, acha que se veste (à semelhança do namorado) como uma autêntica vagabunda, mas a surpresa chegou quando os leitores da revista «Glamour» votaram-na como uma das mulheres com mais estilo do ano. Lá se aplica a máxima, "menos é mais" e o seu estilo "negligee", não deixa de ter um charme que nos reporta para uma época tão anos 70, que Kris talvez lamente não ter vivido.
E porque é actriz e essa condição permite-lhe ir um pouco onde quiser, e ser quem entender, um dos últimos projectos que integrou ( segundo se diz deu-lhe "água pela barba") foi o filme sobre a primeira banda de Punk/Rock de sempre no feminino «Runaways». Coube a Kris o papel da carismática Joan Jett e uma profunda viagem até aos anos 70 e ao rock na sua essência pura. A actriz, como não poderia deixar de vestir (literalmente) a camisola! E embora ainda não tenha estreado em Portugal, aguardamos depois de toda esta "crepusculomania" terminar, Kristen, volte a ser uma actriz com direito próprio e a possamos ver numa sala de cinema, finalmente, no filme das inflamadas chavalas de «Cherry Bomb».
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