segunda-feira, 28 de maio de 2012

Um Museu muito «Trendy»

O texto de hoje debruça-se sobre o design, moda, estilistas, exposições e museus. Não vai ser uma longa lista de definições e conceitos mas antes uma pequena «acha» para que quem quer que seja que esteja a ler este pequeno texto se sinta um pouco curioso ou como dizem os detentores da língua inglesa « just a litle a bit curious about » o museu que abriu portas já algum tempo na baixa lisboeta, na Rua Augusta.

No MUDE, assim é designado o Museu da Moda e do Design, encontramos uma arquitectura fora do comum, o edifício, que anteriormente era instalações do extinto Banco Nacional Ultramarino, apresenta se sem qualquer  obra feita ( aparentemente). Vemos as paredes em cimento, e a estrutura do banco reaproveitada ... Na estação de metro da linha amarela Quinta das Conchas, também encontramos parcialmente este tipo de «arquitectura/design.»

Encontramos uma pequena historia da moda e do design, acompanhos por factos históricos dominantes de cada época.
A banda sonora também ela é perfeita, percorremos o piso térreo ouvindo os Beatles, Rolling Stones ...
Aquando das primeiras visitas ao MUDE, lembro de ter visto um sofá feito de peluches , que achei um verdadeiro mimo, assim como a historia da cadeira protagonista de um discurso entre Nixon e Kennedy.( historia esta que contarei noutro «post»)

Encontramos vestidos de grandes criadores como Vivianne Westwood, Versace, Lacroix, assim como os portugueses Ana Salazar e Tenente.

Umas particularidades do MUDE, é a sua variedade e polivalencia, encontramos assim objectos como o «clip», o «post it» e ate as «Tupperwares» ao lado de alta costura e mobiliário altamente excêntrico mas que qualquer um de nós adoraria ter na nossa casa...

Há uma exposição «pseudo»  permanente, digo isto, pois algumas peças vão rondando entre si. E exposições verdadeiramente temporárias, actualmente encontramos  « Diz  de quem gostas? Dir te hei quem és ?
 As inspirações, motivações e objectos fetiches de vários estilistas portugueses como Ana Salazar, Luis Buchinho, StoryTailors, Filipe Faisca, Katy Xiomara, Tentente , Fátima Lopes... entre outros ....


Pessoalmente, gosto dos StoryTailoirs, pela excentricidade e originalidade . As suas peças parecem ter saído do universo onírico dos contos de fadas e universos fantásticos ... O que não será de estranhar pois ambos tem como referencias o alucinado realizador Tim Burton, e filmes como Dracula, Alice nos País das Maravilhas e Marie Antoinete .  Florbela Espanca e Fernando Pessoa são os poetas de eleição.
Um outro estilista a referir é Filipe Faísca, por dar as suas criações um ar androgeno... O próprio refere que o que mais gosta nos Homens é o seu ar de feminino e nas Mulheres o seu ar masculino ...


Independentemente de sermos « fashion victims» ou simplesmente curiosas da moda, uma ida ao MUDE, é sempre um  passeio «very much trendy»  ...




segunda-feira, 21 de maio de 2012

O estranho mundo de Tim Burton

Devo confessar que sou uma admiradora do realizador um pouco «sui generis». Os seus filmes são de uma originalidade incrível. Fantásticos, loucos, mas com uma pitada de infantilidade ...
Temos esqueletos que amam e vivem como os nós, monstros com coração, vampiros que querem ser humanos, espectros com cabeça de abóbora, enfim um sem numero de personagens macabras .... Mas nem só de filmes fantásticas vive a filmografia de Tim Burton, temos filmes como o «Big Fish»,  «Pee- Wee's big adventure », que teem uma dose de fantasia mas fogem da regra fantástica - macabra .

O mundo de Burton o estranho é norma e o normal é maçador e aborrecido, aprendemos que sob o nosso mundo vive uma outra realidade ruidosa e colorida, onde os vivos e os mortos se divertem ...

 Nos filmes encontramos desde algum tempo a mesma equipa, quer no que diz respeito ao responsável pela musica, Danny Eflman, quer no diz respeito aos seus actores fetiches: Jonnhy Deep e Helen Bonham Carter. Esta sua esposa desde 2002 e mãe dos seus filhos.

O seu ultimo filme, «Dark Shadows» é sobre um vampiro que acorda em 1972, depois de uma longa sesta de 200 anos provocada pela maldição de uma bruxa ressentida ...
Sem deixar de ser um filme de autor, é divertido, muito bem humorado, romântico ... È para todas as idades tem momentos mais infantis, uns mais rock com a actuação de Alice Cooper e uma banda sonora muito «seventies» que até soa estranho num filme destes.
Para alem do elenco «habitué» temos Michelle Pfeiffer, Eva Green, Jonnhy Lee Miller e Gulliver Mcgrath  ... O elenco esta a vontade naquele mundo fantástico e completamente alucinado ... 
Como disse num post anterior, aquando a visualização deste filme, esquecemo o nosso mundo e voltamos a ser crianças e voltamos acreditar em vampiros, bruxas e fantasmas ....

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O cinema como escape a realidade «not so trendy »

Vivemos numa sociedade, dependente da  imagem - e o cinema uma arte integrante da cultura -  denominada de massas desde das últimas décadas do século XX.
O texto de hoje refere o papel do cinema como fuga a realidade «not so trendy» ...

A principal função do cinema é divertir o público e transpo-lo para uma realidade alternativa.  Recriando tempos, épocas históricas, levar-nos pelos reinos de fantasia, a viajar no espaço, descobrindo novas galáxias e outros mundos ou muito simplesmente recriar o quotidiano de todos nós.
Independentemente do cenário e argumento, a finalidade esta lá.

Nos anos 40 do século passado ( esta expressão para mim soa sempre ao século XIX, e não ao XX mas enfim ...) o cinema tinha então, a não somente,finalidade de informar as massas como também de formar as consciências das mesmas.
O cinema, o teatro e a rádio eram um meio de propaganda do regime, logo assim condicionado por circunstancias ideológicas próprias. 
O género que melhor servia o carácter propagandista do regime não eram propriamente os documentários e o cinema dito ambulante ou filmes como «Feitiço do Tempo»e a « A segunda viagem triunfal » mas sim as comédias portuguesas dos anos 30 e 40 , como « A canção de Lisboa», «O pátio das cantigas » ou «O Costa do Castelo».  Estas comédias serviam para a conversão, integração e reintegração da ordem social, politica e cultural. Representavam os mitos fundadores do regime, recriando uma realidade alternativa num mundo que passava pela II Grande Guerra e uma neutralidade ambígua. Tudo era feito para que o espectador fosse de encontro ao conceito de felicidade do regime Salazarista que se baseava no valor da terra, das tradições e conservadorismo.

O regime mudou, o mundo mudou e evoluiu mas o cinema continua a ser um escape a realidade não tão directa como nos anos 30 e 40 mas agora como acto social, escape da solidão, ocupação de tempo livre, como terapia para esquecer algo ou alguém, procurar um sentido para a Vida, em busca de conselhos ...

Enfim uma ida à sala de cinema significa tanto...quer estejamos sozinhos ou acompanhados! É uma viagem no tempo e espaço, porque durante aquelas horas esquecemos que o mundo existe, os problemas, as desilusões e sofremos com as personagens, e até no identificamos com elas. Aprendemos lições e saímos de lá  mais satisfeitos com a nossa realidade que nada mudou, mas uma coisa em nós se transformou, saímos mais felizes e sonhadores, pois é essa a principal finalidade do cinema : fazer- nos sonhar com um mundo melhor ...


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Vidal Sassoon, Once Upon a Time, a Hairdresser...


...transformaria completamente o conservadorismo no que aos penteados femininos diz respeito. Descrito como o homem que mudou o mundo com um par de tesouras, Vidal Sasson, o mais famoso cabeleireiro deixou-nos com 82 anos, causas naturais. Interessante, no meu imaginário de "gaiata" houve nomes que se fixaram à minha memória como pastilha elástica atirada por um desconhecido, ao cabelo de alguém numa sala de cinema escura. Posso citar: Pierre Cardin, Gloria Vanderbilt e Vidal Sassoon. Talvez se explique pelos anúncios na TV, passavam com frequência, quem sabe a minha mãe usasse o perfume do cisne da Sra. Vaderbilt e uma coisa é certa, tinha um fio Pierre Cardin, que eu perdia horas a observar pelo logotipo e a forma engenhosa como o "P" e o "C" encaixavam tão bem numa só peça.


Adoro cabelos curtos, e quando uma mulher é de feições bonitas, só irá valorizar o rosto. Deixem os cabelos longos para as menos abonadas pela beleza e os machos que se regozijem com os cabelos esvoaçantes. Em criança, forçada ao penteado "tigela", estaria longe de imaginar, o nome técnico "Bob" e era o último grito da moda. Na altura não fiquei nada feliz, a gordinha com óculos de massa e penteado à "frade", fotografada num estúdio profissional, para a posteridade. Já com vinte e tal anos, apaixonei-me pelas formas geométricas e simples criadas por Vidal Sassoon nos anos 60 e que levaria muitas estrelas a arrojar no penteado. Por cá, até Amália Rodrigues, arriscou uma naifada tal, alvo de muitas críticas. A Diva do Fado respondeu, se as pessoas gostarem de mim pelo meu corte de cabelo e não pela música, é muito mal sinal.


Nascido em Inglaterra, de origem judia, pertencia a uma família muito pobre e foi levado para um orfanato até aos sete anos de idade. Aos 14 anos quis o destino que começasse a aprender a lidar com cabelos, e imediatamente se transformou numa paixão. Confessa, o seu grande mentor Raymond Bessone do salão Mayfair, local que lhe deu a oportunidade de experimentar as várias técnicas, até chegar ao que seria o seu estilo particular. Vidal Sassoon abriria o primeiro salão em 1954, Londres. Dez anos mais tarde surge o corte que o definiria como o mais inovador cabeleireiro de sempre, "Bob". Curto, geométrico, praticamente livre de laca, e pela primeira vez as mulheres saiam dos salões de cabelos soltos, lisos e com brilho natural.


Mia Farrow não hesitou num corte radical, curtinho, ao que se poderá chamar "à escovinha", realçando-lhe os traços faciais e acima de tudo, um estilo prático para a mulher moderna que se emancipava por essa altura. Nos anos 80, Sassoon, especializou-se em Shapôos e amaciadores e o icónico slogan «if you don't look good, we don't look good» ficaria no ouvido. Aproveitou ainda para espalhar os seus salões por vários países, até 2003, decidiu dissociar-se da sua própria marca por questões legais.

Sassoon morreu hoje, na sua casa em Los Angeles, mas para quem quiser saber um pouco mais do hairdresser, foi realizado um filme/documentário em 2010 e relata a importância / influência desta personalidade para os que  têm a mesma paixão por cabelos...cabeleireiros ou não!


Vai de Retro ou Vintage?


Comprar em segunda em mão, continua a ser visto com uma certa repugnância pelos portugueses. Numa teoria de "alguidar" diria tudo isso dever-se a um historial, ainda demasiado presente, de pobreza franciscana, levando-nos a um frenesim do consumo esbaforido, compensando, assim, as faltas de outros tempos. 

Há uns bons anos atrás, em Londres, deparei-me com lojas em segunda mão. Tantas, em locais centrais da cidade, e por lá, viam-se todo o tipo de pessoas, sem qualquer preconceito, apreciando o que chamamos de peças "Vintage". A loja «A Outra Face da Lua» em Lisboa viria a mudar um pouco esse mentalidade redutora, só o "desgraçadinho" compra em segunda mão, quando muitas vezes o prazer de percorrer estes espaços, é encontrar precisamente peças raras, antigas e que imprimam ao guarda-fatos um traço pessoal. Nem todas querem ser bonequinhas "made in Zara"!

É no entanto, importante definir duas diferenças essenciais; vintage e retro, os especialistas dizem que os conceitos muitas vezes se confundem, mas são coisas diferentes.

Vintage é mais do que usar determinada peça, mas todo um "lifestyle". Usam-se trajes, desde os anos 20, até aos anos 60. Alguns estilistas atribuem o termo ao que se fez nos anos 80 e 90. Recuperam-se peças antigas, isso é vintage, sem dúvida. Se por outro lado, do novo se faz velho criando uma aparência antiga, isso é Retro. Concluímos, as lojas que encontramos nos centros comerciais estão cheias de roupa com tendência Retro. Porém, quem verdadeiramente vive num universo Vintage, percorrerá as lojas de todo o mundo, procurando roupas não só datadas e que se mantenham impecáveis, e pelas quais pagam verdadeiros balúrdios.

O exemplo mais mediático de estilo retro/vintage, Amy Winehouse, mas prefiro a bela Dita Von Teese, inteligente, pioneira no uso de peças antigas, lembrando Divas de Hollywood do cinema dos anos 40.  Em torno dessa  imagem, segundo confessa é também o seu "lifestyle", começou por apresentar espectáculos de Burlesco.


Heather Renée Sweet, o verdadeiro nome de Dita Von Teese, a mulher que recuperou um espectáculo de nudez,  com beleza, subtileza, classe e muito bom gosto. O Burlesco, a arte do bem despir,  terá caído nas ruas da amargura quando tudo se vulgarizou nos anos 60/70 e as "gajas descascadas". Caminhávamos para a sociedade do "aqui e agora" e não faria sentido pagar uma hora de espectáculo para observar uma mulher despir-se ao ritmo de um caracol. Porque alguns de nós estão cansados da vulgaridade e gratuitidade, Dita Von Teese surge nos anos 90 para recuperar uma arte perdida, shows de Burlesco. Fê-lo tão bem, singrou ainda como modelo, actriz, e embora não tenha sorte aos amores, os negócios correm-lhe de feição.

O seu número mais conhecido, vê-la dentro de um copo de Martini gigante, sorrindo, marota, ao público. Musa de muitos estilistas, é certo que usará muitas peças retro, mas é claramente uma mulher que vive numa outra realidade, algo Vintage. Donzelas parecem frágeis como cristal, mas por dentro, uma vontade de ferro, lembram esses senhores machistas, que não...isto não é um mundo de homens e as mulheres não servem apenas para o embelezar!

domingo, 6 de maio de 2012

G-Star Raw no Colombo


Até arregalei os olhos! Grandes cartazes no Centro Comercial Colombo, anunciam G-Star Raw, com um dos homens que acho mais interessantes à face da terra, Vincent Gallo. 


Desde a sua criaçao em 1989, a g-star caracteriza-se pelo seu estilo inovador e vanguardista no mundo da roupa de ganga. O acabamento "tosco", rudimentar e básico da marca permitiu que a g-star conseguisse o seu estilo unico e pouco convencional.A marca g-star é fiel a um estilo intemporal, futurista e cauteloso. De grande alcance e experiência, alternativa e tradicional. A G-star cria excêntricas combinações sem perder a sua autenticidade. Sempre contra tendências. 


A campanha em questão, remonta a temporada Inverno 2011, but who cares?? A ganga é intemporal e o Vincent Gallo parece sempre vindo de outro planeta, portanto, é um regalo vê-lo em grandes cartazes com uma magnífica fotografia da responsabilidade de um outro indivíduo que muito admiro,  Anton Corbijn.


Vejamos centros comerciais, grandes aglomerados, casais enamorados, famílias numerosas, aquele brruuuahhh intenso, os apertões, a fila para ir ao WC, é uma espécie de claustrofobia maléfica que se apodera de mim, e basicamente, apetece-me começar ao "biqueiro" a toda a gente.

Mas a última vez que estive no Colombo, mudar de mesa porque tinha um grupo de chineses a falar mesmo em cima de mim, foi apenas um detalhe, porque havia Vincent para contemplar e quem sabe umas Jeans G-Star Raw para me ofertar a mim mesma, visto que estou com espírito de aniversariante.

Anton Corbijn, tem um trabalho admirável, já esteve em Lisboa a fotografar porque gosta da textura da nossa cidade. Trabalha com os maiores na indústria porque as suas imagens que são sempre uma marca muito pessoal. Experimentou-se na sétima arte com «Control» essa obra de arte, conta a história dos Joy Divison, centrada no então líder Ian Curtis. 


Quanto a Vincent, actor, músico e também realizador, diz ter "lixado" a sua carreira com a aposta em «Brown Bunny». No nosso Portugal, chamar-lhe-íamos filme à "Manuel de Oliveira", pela cadência de imagens algo estáticas, nos Estates, é um "Road Movie", uma estrada (road) que poucas vezes se vê, focando-se no condutor e nas suas expressões ao longo de uma viagem que parece não ter destino. À venda na Fnac por 5 euros, não se deixem desiludir pelo baixo preço, o filme vale mesmo a pena, é preciso muita disponibilidade mental e sensitiva para tal. Mas Vincent Gallo pode parecer quase sempre um "calhau com olhos", mas se observarmos profundamente o seu trabalho, percebemos que há uma sensibilidade à flor da pele,  que se diverte a disfarçar na faceta "parvalhão".

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Boinas, mini-saias e xadrez ...a «trendy» mix ...

Aqui estão três constantes do meu guarda-roupa... Posso ter mudado de estilo mais formal quando a ocasião assim obriga, mais desportivo ou o meu favorito, relaxado e muito prático ...
As boinas já tiveram o seu protagonismo, o «post» de hoje incide sobre as mini-saias e o padrão xadrez.
Belas e sedutoras as mini-saias são sempre um regalo para os olhares masculinos, independente da formosura feminina. Acompanhadas por uma botas de cano alto, para um look mais sensual ou simplesmente acompanhas por uns ténis ou botins num estilo jovial ou irreverente.
Mini-saias em uniformes colegiais, lembra as ingénuas/provocados «lolitas», alvo de fantasias sexuais para senhores atinados que num ápice desatinam com tão despudorada visão.

A mini-saia deve os seus créditos à estilista Mary Quant, nos 60's, mas há quem defenda que foi Helen Rose a pioneira, na elaboração do guarda roupa para o filme « Forbidden Planet »  em 1956.
A subida da altura das saias foi uma grande vitória para as mulheres do mundo ocidental.
Nos últimos anos dá-se o abandono dos espartilhos e armações de vestidos «trendy» dos séculos XVIII e XIX; rectos e pouco abonatórios das formas femininas. Surge a  aparência androgina; as gravatas, coletes e fatos, mas a revolução acontecia quando meninas atrevidas deixavam à vista desarmada mais de meia perna ao leu em mini-saias de deixar os olhos em bico. É só escolher,  há de todas as formas, feitios e padrões clássicos ou psicadélicos.

Pessoalmente as minhas preferidas são as de ganga com certos rasgos e alguns acrescentados pela minha querida homónima felina, e as de padrão xadrez, aliás padrão esse presente também em calças e algumas blusas. O padrão xadrez, designado - escocês - tem a sua origem nos kilts, saias «ditas» masculinas que fazem parte do traje tradicional escocês. A cada família corresponde um padrão. Os vermelhos a família X, os azuis a família Y.



Seja para distinguir as famílias escocesas seja como elemento de status social como acontece com o uso do padrão xadrez como «ex-libris» da marca Burberrys. As origens remontam ao século XIX , Thomas Burberry, o fundador, chamado pelo exército inglês para criar um casaco para os oficiais,  antecessor do «Trench-Coat » - casaco das trincheiras assim designado, como o evoluir dos tempos se veio a tornar numa peça ícon não só da marca, como presença «habitué» de qualquer guarda-roupa,  feminino ou masculino. Do uso meramente militar, é ainda hoje peça essencial no guarda roupa de qualquer pessoa. E claro, o cinema não lhe ficou imune, são míticos alguns «Trench-Coat» em clássicos  da sétima arte «Casablanca», é somente o caso mais flagrante.

# TWT 03 Styling - Music


Casaco Jaqueta Preta
Lenço
T-Shirt Primark
Anel Cor-de-Rosa - New Yorker
Relógio Swatch Roxo

#Playboy


1953 e a Playboy lançava o primeiro número, Hefner não fazia a coisa por menos, um ícone, Marilyn. Para os mais limitados ( ou que nunca a leram), esta publicação representa apenas uma forma vulgar de nudez feminina, ideia de um garanhão de nome Hugh Hefner. Eu já não vejo as coisas dessa forma. Admiro a forma de perspectivar a vida, errante é um facto, do mentor deste império que soube tratar da sexualidade como poucos. Poderíamos reportar-nos à "revolta das coelhinhas" nos anos 70, mas isso daria um outro capítulo sumarento e que em nada diminui a genialidade do homem que acima de tudo ama as mulheres. Talvez tenha um coração demasiado grande, há espaço para muitas e ao mesmo tempo, mas trata-as com respeito, chega a ser algo paternal. A Playboy foi aquele impulso necessário para a desinibição de algo natural à nossa condição, a nudez. Deveríamos aprender a gostar de nós, antes de agradar a um homem, sem vergonha olhar ao espelho e realçar o que nos valoriza. Por esta altura, as mulheres conservadores, promoviam os sovacos peludos, Hefner travava esta longa batalha na desinibição de toda uma sociedade, colocando na frente de batalha a maior representante da época, Miss Monroe. Art Paul foi o responsável pelo logo do coelhinho com laço, apenas apareceu no segundo volume da Playboy, que o próprio Hefner não estaria muito convencido se veria a luz do dia. E viu, em boa hora! Mesmo envolta em alguma polémica, Hugh criou um producto de qualidade, embora a nudez feminina fosse o ponto de partida, havia ainda espaço para entrevistas a notáveis, desde artistas, arquitectos ou economistas ou ainda crónicas e artigos que pudessem interessar ao público em geral. Por isto e muito mais, não é de todo injusto dizer-se da Playboy, a revista que é para "o menino e para a menina"

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Kunis é o novo rosto Dior


A Dior já lançou a campanha Primavera/Verão 2012 com a actriz Mila Kunis, a tal com voz de "cama", cujo efeito pode ser altamente sugestivo para o sexo oposto. O papel mais visível no grande ecrã ao lado de Justin Timberlake em «Friends With Beneficts», Mila assume que só agora começa a compreender os meandros da moda.Com 28 anos, esta beleza exótica, olhos grandes e pinta de quem é dona do seu próprio nariz, não nega o enorme privilégio por ter sido escolhida pelos executivos da marca, à semelhança da companheira em «Black Swan», Natalie Portman.


Natural da Ucrânia, tem  sentido prático no quotidiano, é a miúda da porta ao lado, usa t-shirts e jeans. E se encontrarmos Mila, num ambiente descontraído, entre amigos, provavelmente não usará nenhuma das peças tão típicas do guarda-roupa feminino. Sejamos sinceros, com uma cara e um corpo assim, qualquer trapinho lhe fica bem. Mesmo assim, Mila Kunis, revela-se no seu estilo boneca, quando a questão é "tapete vermelho", nessas situações gosta de caprichar. Não me parece que queira ficar na lista dos mais mal vestidos, sendo que na avaliação do "Trendy With Tea" essa avaliação é mesmo muito relactiva. Afinal de contas, quem julgam os outros que são para avaliar o que vestimos?



Não é de hoje a ligação da marca Dior a Hollywood, aliás, ficam para a história vestidos para Marlene Dietrich, Rita Hayworth, Ava Gardner, Sophia Loren, Marilyn Monroe, Liz Taylor e Grace Kelly. Uma relação com muitos anos pela frente, a ter em conta, o quão bem sucedida foi a sessão fotográfica com Mila, admitindo adaptar-se lindamente à sua faceta de manequim.

Just Cavalli escolhe Isabel Figueira



Fã de relógios e acessórios não poderia ficar indiferente a esta notícia, mesmo que os objectos em questão, sejam demasiado excêntricos para a minha bolsa. Facto é que continuo a preferir linhas algo masculinas e aventureiras como as que oferecem a Fossil, por exemplo. Isabel Figueira é a nova embaixadora nacional da «Just Cavalli Time & Jewels». A escolha foi objectiva, uma mulher que comunicasse directamente com o público português, revelando feminilidade, jovialidade e sofisticação, assim como um espírito sedutor e ousado, que marcam desde sempre a Cavalli.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

As t-shirts de Kris


Kristen Stewart conheceu o mediatismo efervescente na saga «Crepúsculo», e pelo pouco que se conhece do seu génio, é possível que amaldiçoe a hora que aceitou o convite da realizadora Catherine Hardwicke, prometendo-lhe um projecto de baixo orçamento e um personagem desafiante, que ao mesmo tempo, em muito tem em comum com a própria Kris. A actriz reconhecida pela escolha criteriosa dos seus papeis,  ainda de tenra idade, tem desde o primeiro dia,  noção exacta dos caminhos a seguir na sua arte. Todo o aparato em torno da saga e a inesperada série de filmes com os quais ficaria vinculada, vestindo a pele de Bella, elevava-a a um estatuto desconfortável, ícone de moda. A miúda rapazola, gosta de rock alternativo,  encontrando total sintonia com Pattinson, o coo-protagonista em «Crepúsculo», com quem após muita especulação, finalmente assumia uma relação.



Intrigante, após tantos anos nas bocas do mundo devido ao seu papel como Bella, os estilistas e consultores de moda ainda não conseguiram vergar a rebelde Kris. Pelo seu desinteresse por estas questões, muitos profissionais têm-se recusado a trabalhar com ela, alegando mau feitio. A miúda franzina que não dispensa as jeans justas, prossegue num quotidiano mais ou menos normal, conduzindo o seu carro e geralmente apanhada pelo "paparazzis" na bomba de gasolina enquanto abastece. Todos os olhos se viram para o seu estilo informal, que mais não é que um "statement", para assim revelar a essência da verdadeira Kristen Stweart e, para que não a confundam com a personagem da história de encantar com vampiros e lobisomens, criação de Stephanie Meyer.


Tal como eu, Kris, adora t-shirts, se foram customizadas tanto melhor. Não deixa de ser interessante, muitas das bandas que enverga ao peito, foram grandes ainda nem a querida "Bella" estava em vias de projecto, mas a paixão pela música, as suas raízes e a influência nos sons de hoje, levam-na a escutar clássicos intemporais como Clash ou Joy Divison.




Aliás, em plenos 70s, um tipo que nem dinheiro tinha para arranjar os dentes, quanto mais estilizar t-shirts, não deixou de fazer vistão ao, personalizar a sua própria camisola e assim exibi-la pelas ruas de Londres. Desta forma chamaria à atenção de Malcolm McLaren e viria a  recrutá-lo a vocalista dos Sex Pistols, John Lydon ou para os fãs Johnny Rotten, cuja t-shirt diria algo ainda hoje polémico, mas para mim uma verdade absoluta «I Hate Pink Floyd».


A comunidade "fashionista", de olho nela, acha que se veste (à semelhança do namorado) como uma autêntica vagabunda, mas a surpresa chegou quando os leitores da revista «Glamour» votaram-na como uma das mulheres com mais estilo do ano. Lá se aplica a máxima, "menos é mais" e o seu estilo "negligee", não deixa de ter um charme que nos reporta para uma época tão anos 70, que Kris talvez lamente não ter vivido.


E porque é actriz e essa condição permite-lhe ir um pouco onde quiser, e ser quem entender, um dos últimos projectos que integrou ( segundo se diz deu-lhe "água pela barba") foi o filme sobre a primeira banda de Punk/Rock de sempre no feminino «Runaways». Coube a Kris o papel da carismática Joan Jett e uma profunda viagem até aos anos 70 e ao rock na sua essência pura. A actriz, como não poderia deixar de  vestir (literalmente) a camisola! E embora ainda não tenha estreado em Portugal, aguardamos depois de toda esta "crepusculomania" terminar, Kristen, volte a ser uma actriz com direito próprio e a possamos ver numa sala de cinema, finalmente, no filme das inflamadas chavalas de «Cherry Bomb».

terça-feira, 1 de maio de 2012

O pecado mora ali mesmo ao lado ....


A review de hoje é sobre o novo filme do realizador Miguel Gomes, «Tabu», uma experiência diferente da sua ultima aventura cinéfila « Aquele Querido Mês de Agosto» .
«Tabu» protagonizado por Carloto Cotta, Ana Moreira e Laura Soveral.Galardoado nos festivais de Las Palmas e de Berlim, é até à data um dos filmes mais vendidos de sempre. Filmado a preto branco, remonta-nos ao cinema clássico, esta particularidade não somente empresta charme "vintage" como também assenta como uma luva na historia do filme, associando o preto e branco às memorias melancólicas e excêntricas das personagens.


O filme aborda essencialmente a historia de um amor impossível entre uma jovem mulher casada, Aurora e o colega da banda do marido, Gen Luca Ventura .
Lisboa é o cenário da primeira parte do filme, e África o palco da segunda parte.
Apesar de tratar-se de uma película a preto e branco, exibe um magnifico trabalho de fotografia, quer na primeira parte urbana, quer na segunda em plena África. O som, e a fotografia adquirem nesta parte um papel quase de protagonista, como um documentário ao estilo da BBC se tratasse.
Além da componente romântica, o filme invoca  a presença portuguesa em África, os anos 60 e as bandas inspiradas na musicalidade dos Beatles, serve como documento antropológico no que diz respeito ao modo como viviam as comunidades autóctones africanas nos 60s ,e num outro registo a solidão humana das grandes cidades em pleno século XXI.

Com todos estes elementos podemos definir -lo como um filme excentricamente melancólico ...