Chegar à capa da Vogue é, para a comum mulher, muito mais difícil que escalar o monte Evereste. Por ser tão criteriosa, a Vogue é por excelência "a Bíblia" da moda, ou para os poucos entendidos na matéria ( como é o meu caso) um transtorno em publicidade, mas continuo a ficar retida pela magnífica fotografia e styling.
Recupero uma das modelos que vai de encontro ao meu estereótipo de beleza, uma vez mais, a androginia. Leslie considerada a primeira top-model de sempre, conhecida pelos media como "Twiggy", ave rara, rompia com os estereótipos de beleza que vinham de Hollywood; Marilyn sorridente, roliça e sexual, Twiggy, era precisamente o oposto. Desfilava de "soquetes", pernas de alicate, joelhos ossudos, revelados pelas saias curtas, até mais não. Porque o sex-appeal de uma mulher passaria pelos longos cabelos compridos, ela tinha-o à "escovinha", destacando os traços de um rosto franzino, frágil, espessas pestanas postiças negras, numa assumida contradição e provocação.
Nos primeiros tempos, a pequena Leslie, sair à rua nesses "preparos" deve ter sido chamada tolinha, mas em pouco tempo, tudo o que usasse seria recebido como o último grito da moda, pelos "paparazzis", e pelas adolescentes que lhe clonavam o estilo. Seria recebida como uma super estrela nas maiores capitais do mundo, incluindo nos EUA, onde fez a sua primeira capa da Vogue em 1967 com 16 anos. Aliás, nesse ano, "a fedelha", assim se comportava em público, esteve seis vezes escarrapachada na capa da Vogue.
A minha escolha, foi a capa francesa, a segunda que a modelo britânica fotografou. Em 1969 retira-se das "passerelles", mas o seu nome virá sempre "à baila", enquanto as mulheres quiserem usar mini-saia e arrojar nas sobrancelhas. Em termos pessoais, tiro-lhe o chapéu, por ser uma das pioneiras na transformação de mentalidade no que aos estereótipos de beleza diz respeito. Quem diria que uma das marcantes super-modelos do mundo, tinha pinta da nossa vizinha do lado?
A Vogue continua a ter a capa mais inacessível, para a mulher comum, mas nos 60s, houve uma vulgaríssima gaiata, que revelou a beleza noutros moldes e isso abriu a palete para a diversidade nos anos seguintes.
That's stunning!
ResponderEliminarBrain Dumps