sábado, 24 de março de 2012

A eterna turista...


Gosto olhar as duas ou três cidades que atravesso, diariamente, com olhos de turista. Não o faço só aos Domingos; ao género "passeio dos tristes", ou envergando um fato de treino igual ao do meu parceiro para entupir  os hiper-mercados, aliás, nesses dias talvez prefira o refúgio do lar. Por exemplo, descobri, é possível fazer pipocas em menos de 5 minutos. O meu plasma também me proporciona uma boa experiência de cinema em casa. E há até tempo para ouvir aqueles discos de vinil antigos enquanto o "rabiosque" se vai afundando no "pufe" e um monte de pensamentos vãos se apoderam da mente, até que chegou o momento de virar o disco para o lado B. 

Há quem critique toda a minha ligeireza no viver e por coincidentemente gostar de sapatos e escrever umas coisas para uma certa imprensa "alternadeira", já ouvi "bocas foleiras" do estilo "deves achar que estás em N.Y. e és a Carry Brashsaw lisboeta", mas não sou, e jamais escolheria o Mr. Big para o meu par, sempre fui pró-Aidan..."if you know what I mean". 

Mas gosto de tempo de qualidade, sozinha ou acompanhada, sempre em grande estilo, isso ninguém duvide.E o grande estilo, não tem de ser coberta de ouro ou das marcas mais refinadas, mas acima de tudo confortável, sob todos os aspectos possíveis e imaginários. Ter estilo não é mais que isso, estar confortável, com um simples saco de pano ou uma mala Louis Vitton, e aqui, fica apenas a minha leitura de estilo, susceptível de ser contestável ferozmente e com algum derramamento de sangue.

A Laura precisava de um passeio trivial, aparentemente, pouco edificante, se pensarmos na partilha do calor humano com indivíduos, que porventura,  fogem mais da água que o meu gato Benjamin. Na perspectiva certa, atravessar a ponte do Tejo no comboio da Fertagus, pode ser altamente inspirador. O Sol bateu nas vidraças e quase nos cegou, até que entrámos no túnel e nos preparámos para as profundezas do burgo, primeiro Pragal, depois Corroios, o destino, Costa de Caparica. No Verão há quem se debata, a gosto, com horas de trânsito para chegar àquelas praias, mas entre a época baixa, é com prazer que visito aquelas paragens tão desertas. Sentámo-nos numa pequena esplanada, devidamente agrimada do frio, pedimos dois "graufres", porque sou mais "lambona", acrescentei duas bolas de gelado, a Laura pediu simples. Um grupo de miúdos jogava a bola contra uma porta de ferro, num estardalhaço monumental, lembrando-me onde estava realmente. Porque há que reter o de bom de cada situação, o lema é, quem está mal muda-se, e eu, uma vez mais lá fui para outros destinos em grande estilo, apreciando, a passo lento, um local que já tantas vezes vi, e que novamente captei numa "mental picture" como se fosse a primeira vez.

Relógio - Swatch
Pulseira - Bolas, Maria

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